O Ministério da Educação (MEC), em parceria com o Centro de Políticas Públicas e Avaliação da Educação da Universidade Federal de Juiz de Fora (CAEd/UFJF), realiza pesquisa em todo país para analisar a implementação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) nas redes de ensino.
O estudo começou a ser preparado em novembro de 2020 e conta com entrevistas, além de um questionário que deverá ser aplicado a profissionais das secretarias de educação e das regionais de ensino, diretores, coordenadores pedagógicos, professores, bem como a estudantes do 5º ao 9º ano do Ensino Fundamental de todos os estados e do Distrito Federal.
O objetivo é avaliar como as redes estaduais e municipais vêm promovendo a implementação da BNCC e produzir evidências desse processo. Tudo será documentado em uma plataforma desenvolvida pelo CAEd, possibilitando que os gestores educacionais monitorem as ações.
“Na medida em que se produzem evidências, a pesquisa permite que, por meio da plataforma, o MEC, mas sobretudo as próprias redes, acompanhem o grau de desenvolvimento do seu trabalho e possam, também, se beneficiar das boas práticas de outras redes, que sirvam de referência.”, comenta Marcelo Burgos, professor do Departamento de Ciências Sociais da PUC-Rio e coordenador da pesquisa.
Como o estudo visa apresentar um panorama da implementação da Base nas redes de ensino de todo o país, os dados podem auxiliar em uma futura revisão da BNCC. Ainda de acordo com Burgos, as informações levantadas também serão importantes para a capacitação profissional nas redes, principalmente no que diz respeito à aplicação do currículo.
“Você vai levar para o trabalho de capacitação dados e evidências que, de outro modo, não estariam disponíveis. Eles permitirão uma discussão interna, o aprimoramento de práticas, tudo associado à ideia de que a Base deve andar junto com uma maior reflexividade a respeito da implementação do currículo. E o currículo é entendido como um instrumento importante de democratização do acesso à aprendizagem.”, afirma.
O pré-teste do questionário está previsto para os meses de fevereiro e março, com início da aplicação a partir de abril. Com base nesses primeiros resultados, a expectativa é de que o desenvolvimento da plataforma de monitoramento comece entre junho e julho deste ano.